segunda-feira, 30 de maio de 2011

Discussão Matinal

Primeiros não pensamos em nada, nossos pensamentos estão tão longe que não conseguimos, após alguns minutos, nem mais lembrar por onde andavam. De repente um barulho muito chato e irritante toma conta dos devaneios, que logo se vão, dando lugar a irritação. É aí que acordamos e tateamos a cama em busca do maldito produtor daquela coisa tão incômoda. O despertador para e uma guerra dentro do nosso cérebro começa, o dia ainda está escuro, a lua ainda no céu e uma vontade imensa de virar pro lado e ignorar o mundo toma conta de nós.
A Razão fala então por ela, é hora de acordar, você tem responsabilidades. A Preguiça rebate, dando uma ideia, e se matarmos o banho? O Bom Senso declara que ai começaremos o dia de uma péssima maneira, cara amassada e cabelo desgrenhado. A Razão volta a ter a palavra, Paula, você vai se atrasar!!
Este foi um dia em que a preguiça perdeu a batalha, a Força de Vontade viu que teria de dar um jeito na situação e a pôs de escanteio. Levantei num pulo e fui pro banho, afinal, já estava três minutos atrasada. Por três minutos eu perco o trem, assim o meu lugar favorito na sala de aula e assim a companhia dos meus colegas.  
Todo o dia é a mesma coisa, a mesma discussão. As vezes quem fica de escanteio é o banho, mas vinte minutos depois o despertador toca novamente e a mesma peleja começa pela segunda vez no dia. Já faz mais de dois anos que tenho que acordar as 5:30 da manhã, admito que ultimamente a Preguiça tem menor poder nessas frequentes discussões internas. 

sábado, 28 de maio de 2011

iTralhas

Hoje, pra onde eu olho, vejo um iPad. A plavra Tablet está em todos os lugares, nos jornais, propagandas de TV, reportagens dos telejornais e promoções de lojas (gaste x e concorra a um iPad). Agora, a pergunta que eu me faço ao ver isso everywhere é: pra quê o brasileiro precisa de um troço desses? Sinceramente, as vantagens desse "trócinho" é que levamos para tudo quanto é canto, é levinho, pode ser usado no trem, parada de ônibus ou filas intermináveis de banco. Agora, hoje, no Brasil, eu posso tirar um Tablet da bolsa e ler um livro ou entrar na internet? Eu posso ficar jogando Angry Birds no trem? Acredito que não, nem o meu iPod eu tiro da bolsa com a confiança de que ninguém vai me segurar numa esquina em Porto Alegre. As pessoas fizeram fila para comprar o quanto antes o primeiro iPad 2G no Barra Sul, e pra que minha gente?? Não tem nada ali que não tenha em um Smart phone, nada que não tenha num iPod touch, ou iPhone. O brasileiro, eu tenho observado, está com um sério problema, acredito eu de auto estima, parece que precisa ter tudo para provar que é feliz, ou que tem dinheiro... Ninguém precisa de um iPod, um Smart Phone e um tablet, pra início de conversa, o Smart Phone, o iPod no caso do Touch e o iPad não têm lá grandes diferenças, a diferença é que o touch precisa achar um lugar com internet, o iPad é maior e o celular faz ligações, mas todos os aparelhos da Apple têm as mesmas funções(calendário, bloco de notas, jogos, iBook, despertador, contatos, e-mail). Eu, quando nos Estados Unidos, pensei em comprar um iPad, que já estava na segunda geração, mas após muito pensar, decidi que não. Tínhamos um em casa e a unica coisa pra que ele era usado era para as crianças jogarem e eu olhava umas receitas ali de vez em quando, já que o iPhone não tinha sinal na cozinha. Decidi que, quando for rica, terei então um iPad na cozinha para ver minhas receitinhas.. mas que agora não preciso disso. Acho que o brasileiro está perdendo um pouco da noção do que é necessário ou útil e do que é legal ter. Primeiro paguem as contas em dia, depois façam mais dívidas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Descobri a verdade.

Hoje eu descobri a verdade sobre o meu nome. Sempre perguntei pra minha mãe, que respondia a mesma coisa toda vez, "te achei com cara de Paula". Mas eu sabia, tinha que ter algo mais aí nessa história. Hoje, assistindo ao Video Show, descobri a verdade.
Cheguei tarde em casa hoje, normalmente chego e, enquanto almoço, assisto ao Jornal Hoje. No entanto, ao chegar, já passava Video Show, fiquei assistindo por falta de opção melhor, e estavam falando sobre o Show de ontem do Paul McCartney, no Rio de Janeiro. No final no programa eles passaram imagens antigas, do primeiro show dele no Brasil, em 1990. Por pura curiosidade, fui no Google ver a data exata do show dele. Dia 21 do Abril.
Minha mãe pode não saber, mas agora eu sei. Meu nome é Paula em homenagem a Paul McCartey. Como uma boa fã de Beatles ela, sem se dar conta, homenageou o cara, provavelmente foi o nome dele que viu na capa da Zero Hora daquele dia, sem saber que a Paulinha vinha dalí há poucas horas dar o ar da graça. Infelizmente não tenho os mesmos dons vocais dos ex-Beatle, mas nome também não faz milagre. 

domingo, 22 de maio de 2011

O Cusco da Casa ao Lado

Aqui na rua temos um cusco. Ele tem uma história meio triste, morava em uma casa, era feliz e latia quando alguém passava na frente. Depois de algum tempo seus donos decidiram comprar outros cachorros, grandes, de raça, para fazer verdadeira proteção do lugar. Pelo que se pode entender, os cachorros não se deram muito bem com o cusquinho que acabou sendo enxotado. Pobrezinho, agora vive na frente de seu antigo lar, alí o pessoal da casa põe um potinho com água e outro com ração para ele, junto a um tapete onde ele dorme em cima. Sempre que passo ali, dou oi para o bichinho, pequenininho e viralatinha, não podia ser mais simpático. Lá ele fica, me olhando com aquele grandes e brilhantes olhos, os próprios de cusco sem dono, pedindo um carinho, um pouco de atenção, se olho para ele, me segue até em casa, na esperança de que vou lhe dar um pouco mais de atenção. Já vi pessoas dando restos de comida pra ele e crianças brincando. Acho que todos da rua se perguntam o que ele faz vivendo fora da casa, e não dentro dela, onde vivia antigamente e se é, ou não, considerado um cachorro abandonado. Ainda tenho esperança de que a sua “host family” o acolha novamente, afinal, é cuper dócil e querido. 


terça-feira, 17 de maio de 2011

A grande sacola branca

Caí na depressão nesses últimos dias. Nada dando certo, saudade imensa do que vivi nos Estados Unidos e ainda não conseguia me concentrar nos estudos. É realmente complicado prestar atenção no estudo quando a cabeça está cheia de coisa. No domingo me dei conta de que não era só a cabeça que estava cheia de coisas antigas, mas o meu quarto também. Aquelas coisas que vamos acumulando, que irmãos mais novos herdam e ficam com aquele compromisso de guardar. Gibis, livros, papelada de colégio, material de inglês e, por incrível que pareça, milhões de dicionários, de português, alemão, inglês e espanhol, antes eu fosse poliglota.
Peguei um saco plástico bem grande comecei a jogar muitas coisas lá dentro. Separei os livros pra ver quem queria o que, o que guardar, o que doar. Limpei tudo, agora só falta achar um destino para o computador antigo e para um criado mudo que já esvaziei para dar fim também. Impressionante como tudo melhorou, passou a deprê, consegui voltar a estudar, ainda faço perguntas pra minha bola oito, coitada, mas estou até mais entusiasmada com o futuro, seja ele qual for.
Como é bom começar a semana com uma maré de otimismo, até a lua está mais bonita!!! (Dizem que ela influencia na maré, talvez tenha influenciado na minha). Aliás, está magnifica né, e na hora em que nascera então, vermelhona, uma loucura. As saudades não passaram, nem as preocupações se foram, só o que se foi é papel e tralhas, mas parece que é uma preocupação a menos, um obstáculo a menos, uma coisa a menos a ser feita. Também senti que estava com outro animo na aula.
Ainda tenho muita coisa pra me desfazer, aquelas que ainda não criei coragem de jogar no lixo. Assim, ainda tenho preocupações, que talvez também não tenha coragem de encarar, saudades com que lidar e muita matemática para estudar. Será que uma coisa está indiretamente ligada a outra?, idiretamente ligada a vontade, ou a falta dela? Preguiça ou otimismo? Só sei que comecei a me livrar tudo em um acesso de raiva, quando pensei, “isso tem que mudar!” Mudou!! Nada como jogar tudo o que nos incomoda em um gigantesco saco branco e nunca mais termos que olha pra isso, pena que o que não é tudo pode ser jogado alí e esquecido para sempre... 

domingo, 15 de maio de 2011

2009

Achei minha agenda de 2009. Normalmente não faço delas um diário, como a minha irmã, só anoto os compromissos e de vez em quando uns fatos ou frases que leio por ai. Das vezes que fiz de diário, era quando estava mais deprê ou quando acontecia algo engraçado. Hoje, depois de ler tudo isso me senti muito bem. Era uma época boa, amava ir pra Ulbra estudar e tinha o melhor trabalho que já tive, o mais divertido, entretanto, o menos bem pago. Ser estagiária não foi fácil. Entretanto, agradeço não ter mais a mesma cabecinha que tinha há dois anos. Infelizmente (ou não!) a agenda para de receber anotações no dia sete de setembro onde eu escrevi "Bye bye Brasil'. Relembrar é bom, quero só ver o que vou pensar do meu Diário de Viagens quando o reler daqui há uns anos... hehe. 






















7 de Setembro. Último dia no Brasil


sexta-feira, 13 de maio de 2011

The Magic Eight Ball

Descobri sobre a existência da bola 8 mágica em um episódio de Friends, onde o Ross pergunta à bola se deve ficar com sua esposa Emilie e não ver mais Rachel ou não. A bola responde que sim, deve ficar com sua esposa e não ver mais a outra.

Nos Estados Unidos descobri que o “brinquedo” é muito comum, assim, comprei um pra mim. Adoro esse tipo de coisa. Nos fazemos uma pergunta de resposta sim ou não, giramos a bola algumas vezes e no lado de baixo dela vemos a resposta. Já fiz umas perguntas interessantes e recebi a resposta certa, é bem divertido. Dentro dela tem um liquido e ali uma espécie de forma geométrica com inúmeras faces triangulares, cada face tem uma resposta (ex: sem sombra de dúvida, sim, não, não conte com isso, melhor eu não responder agora), ao girarmos a bola o triângulo sobe para a superfície, mostrando para nós, através de uma telinha de plástico, a resposta escrita ali.

Gosto quando faço perguntas mais serias, por exemplo: Serei rica no futuro? E daí sobe a resposta: Sem sombra de dúvida. A bola acabou virando minha conselheira, desde que roupa vestir, há o que fazer e sempre dando palpites sobre minhas escolhas pessoais. Se alguém quiser saber alguma coisa que só a  Magic Eight Ball possa responder, manda sua pergunta! Hehe.

Acabei de perguntar: Devo dividir os teus dons com outras pessoas?
Ela respondeu: You may rely on it, ou seja, você pode contar com isso.

Legal, né?? 
Não consegui fazer o upload do vídeo de Friends aqui no blog, ele não o estava encontrando. Eu adoro!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

After a Lonely day

Há uns dias eu estava vendo uns videos no YouTube e caí em uma página do Charlie Brown, quando me dei conta estavam a minha irmã e mãe atrás de mim assistindo ao vídeo também. Era um especial de Valentin's Day que eu até já tinha assistido pois sempre passa la nos Estados Unidos ali por Fevereiro em comemoração da data. Hoje uma prima minha postou outro vídeo e eu voltei a assistir ao Charlie Brown. Daí, como o dia hoje também não foi dos melhores e eu gostaria de dar um sinal de vida por aqui, decidi postar um dos vídeos então, dividir com todos. Até porque as histórinhas são muito fofas né... merecem um destaquezinho aqui. =)
Então está aí, para Refletir:
Desabafo do Charlie Brown.

sábado, 7 de maio de 2011

Teacher Paula

Hoje comecei com uma nova turma. Para quem não sabe, sou professora de Inglês. Não achei que teria uma turma tão grande, mas são 15 alunos ao todo. Meio assustador a princípio, até porque não se pode exigir mais de um aluno quando se tem que exigir de todos ao mesmo tempo. Mas adorei a turminha, alguns faltaram, talvez por desistência, acabamos todas mulheres na sala de aula. E para dar exemplo no masculino? O menino da recepção, enquanto ligava o retroprogetor pra mim, virou cobaia. He is tall, he is a receptionist, he is bla bla bla. As meninas adoraram, afinal ,todas novinhas e o guri bem gatinho. Mas eu não acho que ele fale algo de inglês pois não pareceu entender que falávamos dele.

Lecionar, por assim dizer, é algo que eu imagino estar no sangue. Mãe, avós, bizavós, tios, primos, todos já passaram por uma sala de aula alguma vez como professor. Claro que a moça aqui não podia faltar à tradição familiar. O lado bom disso tudo é que é muito fácil pedir ajuda para alguém ou tirar dúvidas sobre ensinar, ainda mais por ter uma professora de inglês no quarto ao lado.

Nessa escola nova eu fui super mimada. Achei o máximo eu chegar lá e a menina da recepção já ir me chamando de Profe e oferecendo todo tipo de auxílio. Muito bem humorada para quem trabalha num sábado a tarde. Resumindo, adorei o local, quem trabalha lá, adorei tudo! Que bom, né? Só espero ter voz na próxima aula e assim, poder dá-la sem beber água a cada pouco. Agora preciso estudar, pois além de ensinar, também preciso aprender. Have a good week, everybody!! 

PS: Soltei um Spellando hoje. Spell + Soletrando. Tive que explicar pras alunas que isso sempre acontece comigo e que está não será a última vez... 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

We are Alone

Às vezes eu gostaria de tirar uma câmera do bolso da calça e gravar certos momentos. Hoje no trem, voltando para casa depois de um exaustivo dia, passei por um momento interessante. Já na porta do trem decidi não me estressar, deixei todos correrem para dentro, se atropelando para pegar um lugar para sentar e eu, calmamente, escolhi onde passaria a viagem, de pé. Acabei me instalando na frente de uma moça que lia “Porque os homens fazem sexo e as mulher fazem amor?” e de um senhor não muito velho, mas do tipo de gente que é possível ver que passou a vida trabalhando. Calmamente puxei os fones de ouvido e começou daí a tocar uma música muito bonita que admito não saber o nome e nem quem canta, mas fala sobre viver sozinho. Olhei na minha volta mais uma vez e tive um daqueles sentimentos profundos, um daqueles pensamento filosóficos, que todos temos, mas nem sempre dividimos. Estávamos ali, uma multidão de gente, sem espaço para mais ninguém dentro do vagão, e todos sozinhos. Poucos e sortudos eram os acompanhados, alguns dormiam, outros estudavam, escutavam música, olhavam para os sapatos uns dos outros. De repente a moça que lia falou algo com a mulher ao lado, mas foi meio ignorada com uma resposta monossilábica e o senhor do chapéu de palha puxou o seu violão e começou a dedilhar umas poucas notas ali. Momento interessante, meio triste e até bonito, com aquela música soando na minha cabeça, cheguei em casa com um sentimento diferente do que tinha quando saí, com certeza. Porque, afinal de contas, temos que procurar companhia em um livro, um violão ou iPod? Porque a pessoa ao lado não nos da real valor, ou porque não damos real valor a ela?
As vezes eu penso, será que filosofo demais? Acho que sim, né? Muito tempo pensando no metro, já que estou proibida de ler neste meio tempo. Preciso arranjar uma ocupação para era uma hora e meia de viagem diária e, quem sabe assim, eu não comece a escrever sobre coisas mais interessantes, como a morte do Osama e a terceira guerra que eu acredito que logo logo desencadeará. Mas um dia eu prometi não falar de política ou economia aqui, manterei a promessa. Para isso temos a Zero Hora e o JN. Certcho?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quebra de silêncio

I would like to have something to say, but I don't really have it. You know when you feel that you want to say something but, when you open your mouth, nothing comes out?.. Maybe because you don't know if that's the right thing to say, or if that's what you really feel like, or just, simply, you have no idea what to talk about.

Isso tem acontecido muito comigo. Naqueles minutos de silêncio que eu odeio, tento quebrá-los, mas não dá certo, pois a mente continua vazia, sem nada a ser passado para palavras. Talvez seja isto que eu esteja fazendo aqui, quebrar um silêncio de alguns dias sem postar, mas penso e penso, e nada me vem em mente. Não que não aconteça nada de interessante nos meus dias, muito pelo contrario, volta e meia acontecem coisas que penso, nossa, tenho que falar sobre isso no blog!, mas chego aqui e me vejo em um branco quase infinito.

Neste silêncio a música me acompanha, com palavras sábias, ou as vezes nem tanto. Muitas vezes confortadoras. Enquanto eu espero um assunto aparecer, uma ideia chegar, mas nunca fui boa puxando assunto com os outros, conversando praticamente sozinha então,... melhor ficar quieta. Por outro lado, também tenho andado meio ocupada com estudos, treinamentos, preparação de aulas, toda essa zona do dia a dia de todo mundo, quando sento em frente do laptop para escrever acho normal a mente já estar vazia, depois de um dia cheio. Por isso que hoje estou aqui na metade do meu dia, pensei que assim talvez eu conseguisse escrever.

Devo estar em crise, é isso. Todos os escritores passam por elas, por mais que tentem escrever, nada de bom sai. Não estou dizendo que sou uma grande escritora, mas desde que blogueio eu escrevo, talvez ainda antes disso, quando criava histórias bestas, coisas de adolescentes desocupados sem muita matéria para estudar, aulas para preparar e treinamentos para comparecer e, assim, muitas ideias viajando pela nossa imaginação. Então, assim esperamos que a crise passe de uma vez e eu volte a escrever até nos cantos dos cadernos e guardanapos... E a esperança da minha mãe é que eu, lendo José Saramago, irei começar a escrever que nem o cara. Acho mais fácil escrever O Crepúsculo em estilo Machadista, sinceramente...