Às vezes eu gostaria de tirar uma câmera do bolso da calça e gravar certos momentos. Hoje no trem, voltando para casa depois de um exaustivo dia, passei por um momento interessante. Já na porta do trem decidi não me estressar, deixei todos correrem para dentro, se atropelando para pegar um lugar para sentar e eu, calmamente, escolhi onde passaria a viagem, de pé. Acabei me instalando na frente de uma moça que lia “Porque os homens fazem sexo e as mulher fazem amor?” e de um senhor não muito velho, mas do tipo de gente que é possível ver que passou a vida trabalhando. Calmamente puxei os fones de ouvido e começou daí a tocar uma música muito bonita que admito não saber o nome e nem quem canta, mas fala sobre viver sozinho. Olhei na minha volta mais uma vez e tive um daqueles sentimentos profundos, um daqueles pensamento filosóficos, que todos temos, mas nem sempre dividimos. Estávamos ali, uma multidão de gente, sem espaço para mais ninguém dentro do vagão, e todos sozinhos. Poucos e sortudos eram os acompanhados, alguns dormiam, outros estudavam, escutavam música, olhavam para os sapatos uns dos outros. De repente a moça que lia falou algo com a mulher ao lado, mas foi meio ignorada com uma resposta monossilábica e o senhor do chapéu de palha puxou o seu violão e começou a dedilhar umas poucas notas ali. Momento interessante, meio triste e até bonito, com aquela música soando na minha cabeça, cheguei em casa com um sentimento diferente do que tinha quando saí, com certeza. Porque, afinal de contas, temos que procurar companhia em um livro, um violão ou iPod? Porque a pessoa ao lado não nos da real valor, ou porque não damos real valor a ela?
As vezes eu penso, será que filosofo demais? Acho que sim, né? Muito tempo pensando no metro, já que estou proibida de ler neste meio tempo. Preciso arranjar uma ocupação para era uma hora e meia de viagem diária e, quem sabe assim, eu não comece a escrever sobre coisas mais interessantes, como a morte do Osama e a terceira guerra que eu acredito que logo logo desencadeará. Mas um dia eu prometi não falar de política ou economia aqui, manterei a promessa. Para isso temos a Zero Hora e o JN. Certcho?
Eu gosto bastante desses momentos (trem, bus)... Cada vez é mais difícil ter aquela horinha "de não fazer nada", de só ficar pensando na vida, conversando com nós mesmos... Se tu não tivesse tido esse tempinho pra pensar, talvez nem tivesse percebido o valor desse momento! (e muito menos ter escrito esse post) hehe
ResponderExcluirAh! E eu prefiro ler posts meio nonsense como esse, do que sobre osama
e tal... ahaha
Bj
Luísa
gostei! =]
ResponderExcluirFeliz em saber que não sou a única...quando tiver um tempo, dá uma espiada, pois criei um blog meio "anônimo" onde posto as histórias que eu "vejo" ou imagino nas muitas viagens de trem...
ResponderExcluirhttp://www.recortesdometro.blogspot.com/
Outra coisa, tu não filosofas demais não...acontece é que tu pensas em um mundo de preguiçosos que não querem olhar além do próprio umbigo.
bom findi